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Esqueçam um pouco do que está tão longe! Eu estou aqui! Eu te dou água! Eu não deixo a chuva escoar ferozmente pelas ruas! Eu melhoro o seu ar! Eu quero viver! Eu não quero me vestir em uma roupa concretada pelo neoliberalismo desumano! Eu sou o "Pasto do Pedrinho" que de pasto não tem nada, na verdade sou Cerrado onde a vida brota e rebrota, onde a vida eclode, onde a vida se transforma! Eu sou o "Pasto do Pedrinho", salve-me! (por Maxmiller Cardoso) (Criação do Blog em 25/11/2011, por Rodrigo de Oliveira, contato: rodyz1@gmail.com)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O impasse da venda da área do Pasto do Pedrinho em Catalão continua (matéria Portal Catalão data 13-12-2011)

O impasse da venda da área do Pasto do Pedrinho em Catalão continua, e promete esquentar mais ainda. Uma empresa construtora de Goiânia, já vem analisando a área há vários anos, para comprá-la, juntamente com um grupo de empresários de Catalão e de Goiânia, dos herdeiros de Pedro Aires e construírem vários empreendimentos no local, além de construírem também um Parque Ecológico dentro da área, que seria doado à cidade, com custo zero.

Na área que pode ser construída do Pasto, que são 28%, segundo a construtora, estão vários empreendimentos. Dentre eles está a construção de 50 prédios, ainda sem a quantidade certa de andares e apartamentos por andar, (já se ouve boatos pela cidade de que serão de 10 andares com dois apartamentos por andar), um shopping, com grande estacionamento, um centro cultural para utilização de toda a população, um museu, vários centros comerciais estrategicamente localizados ao lado de cada bloco de prédios. E em cada bloco haverá área de lazer, quadras poliesportivas, área verde, playground e piscina. A construção de todos os blocos de prédios, e todos os outros empreendimentos é previsto para ser feito em cerca de 10 anos.

Projeto de construção no Pasto do PedrinhoProjeto de construção no Pasto do Pedrinho
Projeto de construção na área
do Pasto do Pedrinho
(as áreas em verde claro são áreas de APA e as áreas em verde escuro áreas de APP, segundo o projeto da construtora)
Imagens de edifícios com Catalão ao fundo, e na foto acima, o Centro Cultural

Além de tudo isso, a área verde onde não pode ser edificada, os 72% restante, serão preservados, reflorestados, onde já tenha ocorrido algum desmatamento ou erosão, com a criação de um Parque que deverá ficar pronto mais ou menos em seis meses, e terá um gasto aproximado de R$ 4 milhões para os investidores.


Nestas áreas verdes, existem as APPs - Área de Preservação Permanente, onde nada pode ser construído devido às leis de preservação, por estar no entorno de cursos e nascentes de água, e também em áreas com declividade acima de 30%. E existem as áreas verdes normais, onde haverá trilhas para caminhadas, para ciclistas e playground para crianças.

Segundo o Diretor Comercial da Construtora Cal Engenharia, Francisco Moacir Mendes de Melo Alcanfor Filho, “os apartamentos não serão populares, será para as classes A e B”, afirmou.
Para a proposta urbanística de Catalão será preservada a mata existente além das Áreas de Preservação Permanente (APP), com isso, a parte loteada chega em 28% da área de 388.685,43m² (gleba menos APP) e a área verde/institucional chega a 51%. A área total do Pasto do Pedrinho foi medida por topógrafo contratado pela construtora e foi medida em 535.851,00m².

Segundo os investidores este parque irá de encontro com as necessidades urbanas do cidadão, além de melhorar o visual da cidade ele irá garantir uma qualidade climática no futuro. Os empreendedores estarão assumindo a construção do parque na área como forma de mitigação do impacto ambiental, em atendimento à Resolução nº 309 do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente.

Todo este projeto, composto por cinco páginas, colorido, e bem ilustrado, com bastante fotos, e imagens ilustrativas misturando fotos dos futuros prédios, shopping, já com a paisagem de Catalão ao fundo, foi entregue ao Prefeito de Catalão com a data de 1º de dezembro de 2011.
Até o momento, segundo o Diretor Comercial da Cal Engenharia, Francisco Alcanfor, a área está em negociação com uma inventariante que representa todos os herdeiros do Sr. Pedro Aires. O Sr. Alcanfor disse ainda que o valor pedido está muito acima do mercado, algo em torno de R$ 5,9 milhões, e que o preço de mercado real seria de R$ 3,5 milhões.

Mas tudo está ainda no papel, pois a área do Pasto do Pedrinho está determinada como APP – Área de Preservação Permanente, onde nada pode ser construído, e para que haja construções por lá, pelo menos algumas partes devem tornar-se APA, Área de Proteção Ambiental, áreas que alguns tipos de construções podem ser feitas.

Já foi enviado para votação na sessão da Câmara, o projeto que muda algumas regiões dentro da área do Pasto do Pedrinho de APP para APA. O projeto nº 56 que muda o Plano Diretor da cidade não foi aprovado, pois foi levado em votação, e alguns vereadores não concordaram e pediram mais análise a respeito do assunto, sendo o projeto retirado da pauta da sessão do dia, a qual aconteceu no dia 6 de dezembro.

Para que haja votação de um projeto que queira mudar o Plano Diretor de Catalão é necessária uma Audiência Pública, convidando a população e entidades de classe em geral, para que todos tenham conhecimento do assunto e se coloquem a favor ou contra as propostas, e essa audiência nunca foi realizada.

Segundo o Diretor Comercial da construtora, já teve boatos que um movimento de Goiânia, que invadiu uma área no Parque Oeste da cidade, tem conhecimento desta área, e que pode haver uma invasão por aqui também.


Movimento em Defesa do Parque Ecológico Municipal Pasto do Pedrinho


Catalão vista de dentro do Pasto do Pedrinho
Catalão vista de dentro do Pasto do Pedrinho, imagem que talvez, no futuro, não possa mais ser vista dessa forma
Em contrapartida, há cada dia que passa o Movimento em Defesa da criação do Parque Ecológico Municipal Pasto do Pedrinho aumenta cada vez mais.

Na noite do último dia 8 de dezembro, ocorreu o “Ato Público em Defesa da Criação do Parque Ecológico Municipal no Pasto do Pedrinho”, no Anfiteatro da UFG/CaC.

Apesar das dificuldades em agrupar pessoas no fim de ano, considerando que a maioria dos estudantes da universidade estão envolvidos com provas, trabalhos, do pouco tempo de divulgação, entre outros fatores adversos, o evento foi um sucesso, contando com a presença de aproximadamente 100 pessoas (83 assinaram a lista de presença).
Dentre essas atividades, foi composta a mesa de trabalho com representantes de várias instituições, entre elas: AGB – Associação dos Geógrafos do Brasil, Seção Catalão; SIMECAT - Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Material Elétrico de Catalão; CAs/UFG (Centros Acadêmicos) de Biologia, Geografia, História, Ciências Sociais e Psicologia; DACC/UFG (Diretório Acadêmico dos Cursos de Catalão); MCP - Movimento Camponês Popular. Além de uma representante moradora das proximidades do Pasto, Ivete Thomaz Santos, um dos fundadores do Movimento, o administrador Paulo Hummel, e as vereadoras Regina Felix e Vanja Paranhos. Todos fizeram uso da palavra justificando o apoio a causa.

Além das pessoas e instituições que compuseram a mesa outros que também já deram o seu apoio foram o Sindicato METABASE e o SENGE - Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás. Dezenas de professores de praticamente todos os cursos da UFG/CaC e até o Diretor, também já aderiram ao Movimento em prol do Parque Ecológico.

Mais de 2.248 pessoas já aderiram ao grupo na rede social Facebook, em cerca de duas semanas de divulgação, e cerca de 1.000 já assinaram o abaixo assinado, em menos de uma semana, que no momento são mais de 2.000 assinaturas.

Em seguida foi feita uma exposição da situação atual da área, aspectos jurídicos, sociais e ambientais. Segundo o Professor Gabriel o imóvel permanece como propriedade dos familiares do Sr. Pedro Aires e que existe uma grande especulação imobiliária em torno da área com o objetivo de construção de um condomínio.

Foi apresentada uma proposta de compra por empresário local, sem ter sido concretizada, foram também apresentados projetos de grandes grupos imobiliários para a administração municipal. A condição atual da área como APP (Área de Preservação Permanente) impede a construção de qualquer forma de edificação predial, no entanto o chefe do poder executivo encaminhou o projeto de Lei Municipal nº 56, que altera o Plano Diretor do Município, sem a devida Gestão Democrática prevista no Estatuto da Cidade, que altera a situação desta área para APA (Área de Proteção Ambiental), facilitando assim a construção do condomínio.

Várias ações estão sendo realizadas e planejadas pelo Movimento, que não aceita uma porcentagem da área para ser preservada, segundo os organizadores, eles defendem a preservação de 100% da área do Pasto do Pedrinho, pois a única área onde realmente é possível ser feito algo pela população da cidade é o que os investidores querem fazer, construir condomínios, concretar, asfaltar, o que ocasionará inúmeros problemas futuros para a cidade, principalmente com o escoamento das águas das chuvas que inundarão o centro da cidade com muita rapidez.

Outra questão bem lembrada pelo Prof. Gabriel de Melo Neto, é que os projetos dos condomínios são de apartamentos para a classe alta (A e B), o que não diminuirá em nada o déficit de moradia da cidade de Catalão, déficit que existe para as classes C e D.

Na área que há para ser construída pode ser feito o Paço Municipal, onde se reuniria a Prefeitura de Catalão, todas as secretarias, e outras entidades e instituições, com estacionamento, com mais organização, as quais hoje estão em casas alugadas, e espaçadas pela cidade, em condições não confortáveis. Além do Paço, poderá ser construído também um Museu aberto do Cerrado, parque para crianças e trilhas de caminhadas, mas sem a construção de condomínios.

O impasse continua, e ainda vai longe pelo que se percebe. De um lado os investidores que falam que mantém contato constante com o Prefeito e vários vereadores, que já são simpáticos à venda e o loteamento sustentável, de outro, o Movimento, e muitos simpatizantes do mesmo, em defesa dos 100% da área para preservação, que afirmam que não tem como construir algo sustentável como os empreendedores dizem sem causar um enorme impacto ambiental e uma grande perda de flora e fauna do local.


Rodrigo de Oliveira.
Editor - Portal Catalão.

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