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Esqueçam um pouco do que está tão longe! Eu estou aqui! Eu te dou água! Eu não deixo a chuva escoar ferozmente pelas ruas! Eu melhoro o seu ar! Eu quero viver! Eu não quero me vestir em uma roupa concretada pelo neoliberalismo desumano! Eu sou o "Pasto do Pedrinho" que de pasto não tem nada, na verdade sou Cerrado onde a vida brota e rebrota, onde a vida eclode, onde a vida se transforma! Eu sou o "Pasto do Pedrinho", salve-me! (por Maxmiller Cardoso) (Criação do Blog em 25/11/2011, por Rodrigo de Oliveira, contato: rodyz1@gmail.com)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Reportagem no Diário de Catalão de 14/02/2012

“Movimento Pasto do Pedrinho” quer promover audiência pública para debater o futuro da principal área verde do perímetro urbano de Catalão  

Cleber Borges
No último sábado (11), o empresário-ambientalista Paulo Hummel promoveu mais um encontro para debater o futuro do Pasto do Pedrinho, a maior área verde do perímetro urbano de Catalão (52 ha) que, depois que seus proprietários faleceram nos anos 70, nem a população e nem o Poder Público sabe qual a destinação que ela terá. Hummel se articula desde o ano passado para transformar a área num parque ambiental. Parte das pessoas presentes na reunião realizada no auditório Sirlene Duarte, da UFG, era composta por estudantes daquela universidade, jornalistas, profissionais liberais e da comunidade que ele criou na rede social Facebook com intuito de envolvê-la com o que o articulista considera a principal questão ambiental da região Sudeste da atualidade. Depois de quase quatro horas de debate, ele concedeu a seguinte entrevista para o Diário de Catalão. Confira.

DC – O senhor não é o primeiro idealista a querer “salvar” aquela área, como surgiu a idéia?
PH – De fato, a idéia de criação do parque é antiga. Vários prefeitos já tentaram e nãoconseguiram. O pessoal da UFG, até por uma questão profissional, acadêmica, sempre tratou desse assunto. A novidade que aconteceu no final do ano passado é que a gente passou a conscientizar a população sobre a necessidade de se envolver com a questão. O veículo utilizado foi o Facebook, um dos canais das redes sociais da internet. A idéia veio com o S.O.S Olhos D’água, movimento quesurgiu em Brasília visando a expansão de um parque. Lá, a expansão só aconteceu a partir da mobilização popular. Espero que isso aconteça aqui também.  
DC – e como o movimento, a mobilização tomou força?

PH - Em novembro de 2011, a gente conseguiu levar a proposta para muita gente através doFacebook. A partir daí, várias pessoas começaram a discutir o problema. Logo a imprensa também “comprou a idéia” e começou a divulgar nosso projeto. Então passamos a levar o movimento para escolas, Rotary e outros clubes sociais e de serviços, que também começaram a se envolver.
DC – Como o senhor mesmo disse, muitos prefeitos tentaram e não conseguiram municipalizar a área. Em termos práticos, o que se conseguiu até o momento?
PH - Até o momento, a principal conquista do movimento foi a ampliação da conscientizaçãodas pessoas para a importância daquela área verde. Recentemente, o movimento também conseguiu abrir um canal de conversação com o município. Até bem pouco tempo, a maioria das pessoas achava que a área já havia sido comprada por um grupo empresarial e que ele iria erguer em empreendimento imobiliário ali.            
DC - É verdade que empresários já apresentaram projetos de construção naquela área?
PH - Existem pelo menos três grupos empresariais interessados nela, mas, até o momento, só opessoal de Goiânia, a incorporadora Cal mostrou a cara. Em Catalão existem também dois grupos interessados, mas eles não se manifestam publicamente ou usam laranjas para tratar o assunto.
DC - Não é meio contraditório o senhor ser um empresário do ramo imobiliário e estar levantando um questionamento desta natureza?
PH - Não. Não vejo nenhuma contradição, mesmo porque, para edificar minhas construções souobrigado por lei a obter licença ambiental para tudo que faço. São coisas distintas. Meu trabalho profissional não tem nada a ver com minha atuação na área ambiental. O Pasto do Pedrinho povoa minha memória de infância, de adolescência, então é um envolvimento emocional.
DC - O que o senhor vislumbra com esse movimento? Qual seria a maneira prática de se obter a área para, posteriormente, transformá-la efetivamente num parque ambiental?
PH - Ao que tudo indica a maneira mais prática de se levantar recursos para esse fim seria atransformação da compensação ambiental das empresas que exploram recursos hidrelétricos na região ou multas aplicadas a elas por danos ambientais.
DC – Qual a avaliação que o senhor faz desta reunião de hoje (sábado)?

PH - Foi uma reunião muito boa porque discutimos vários assuntos pertinentes. Balanço dotrabalho de conscientização, contatos políticos com o prefeito e com o promotor do Meio Ambiente, o relacionamento com as demais instituições, e discutimos a criação de uma associação, de uma personalidade jurídica para o movimento, proposta que não teve consenso. Parece que vai prevalecer a idéia de um fórum com participação de movimentos políticos e outras instituições municipais importantes.
DC – Quais serão os próximos passos do movimento?

PH - Para ampliar nossa atuação, vamos ter que conseguir recursos. Nossa discussão agora é essa:como ampliar as ações do movimento. Estamos pensando em aumentar a produção de adesivos, em fazer camisetas com a marca do movimento, panfletagem, realização de eventos como o Abraço ao Parque, por exemplo, que o pessoal da UFG quer fazer. Isso pode não levantar dinheiro, mas pode despertar o interesse da mídia, do empresariado.
DC – Falou-se também na possibilidade da realização de uma audiência pública para discutir a alteração do status daquela área de APP (Área de Preservação Permanente) para APA (Área de Preservação Ambiental), o que isso significa?
PH - O objetivo da audiência pública é discutir basicamente a destinação da área do Pasto doPedrinho. Já que existe um projeto de lei tramitando na Câmara, a Constituição exige que para se fazer mudança no Plano Diretor da cidade, além de estudos técnicos específicos, abra-se também uma discussão com a sociedade.
DC - O movimento está de fato preparado para essa audiência?
PH - Vamos ter que nos preparar melhor. Vamos ter que elaborar projetos. Nos próximos dias,vamos nos preparar para fazer uma apresentação realmente convincente do que foi, é e será o Pasto do Pedrinho no futuro, dependendo da forma como ele será tratado a partir de agora.

DC - E o Ministério Público, tem sido parceiro?
PH - Além da demonstração de boa vontade com a questão ambiental, temos recebido muito apoiodaquela instituição.
DC – A audiência pública deverá acontecer quando? Ela estará aberta a toda a população?
PH – Essa grande discussão deverá acontecer na segunda quinzena de março. Claro, todas aspessoas, dirigentes, representantes ou não de entidades podem e devem participar desse debate que poderá alterar o destino da principal área verde de Catalão. Queremos preservá-la como um nicho ecológico, histórico e social para a atual e as futuras gerações. Quem quiser se inteirar sobre o evento ou se envolver na mobilização basta acessar a página Movimento Pela Criação do ParqueMunicipal do Pasto do Pedrinho, no Facebook.
No final da reunião, lembrando que o Movimento tem identidade própria, que é a defesa da natureza, a mitóloga Luciana Ayres Mesquita disse que, a partir de agora – neste ano eleitoral - a tendência é de que a bandeira também seja levantada por candidatos, possibilidade que ela achanegativa e positiva ao mesmo tempo. Segundo ela, é dever dos representantes da sociedade acatar a vontade da maioria popular.

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